Coma ajuda de Hashem, escrevo esse artigo para tentar esclarecer um pouco sobre um dos dias mais importantes do calendário judaico.
O que é Yom Kippur?
Yom Kippur é o dia mais sagrado do ano, quando estamos em maior proximidade com Deus espiritualmente. Conforme sabemos, o “Dia do Perdão” é descrito na Torá como: “dia no qual Ele os perdoará, para purificá-los e quando serão limpos de todos os seus pecados diante de Deus”.
História de Yom Kippur
Pouco tempo depois de sair do Egito, o povo de Israel cometeu um grave erro. No ano 2448 do calendário judaico (ano 1313 comum), enquanto Moisés estava recebendo as Tábuas da Lei, o povo pecou fazendo o bezerro de ouro. Então Moisés subiu novamente no Monte Sinai e rezou para que Deus os perdoasse. Assim, o dia que Moises desceu do Sinai (10 de Tishrei) ficou conhecido como Yom Kippur (Dia do Perdão em hebraico).
Quando é o Yom Kippur?
No dia 10 de Tishrei. Em 2019, depois do pôr-do-Sol da Terça-Feira, dia 8 de Outubro, até o cair da noite da Quarta-Feira, dia 9 de Outubro. Logo depois de Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico, que acontece no primeiro e segundo dia de Tishrei.
O que acontece nesse dia?
Assim como no Shabat, não realizamos trabalhos durante o Yom Kippur.
Durante quase 26 horas “afligimos nossas almas” respeitando também as seguintes leis:
- não comemos nem bebemos,
- não vestimos calçados de couro,
- não aplicamos cremes ou loções,
- não nos lavamos,
- não temos relações conjugais.
Dedicamos esse dia à reza e para pedir perdão à Deus.
Qual a estrutura do dia?
- Maariv (reza da noite): As rezas de Yom Kippur iniciam antes do pôr-do-Sol com o Kol Nidrei. Os rolos da Torá são retirados da Arca e o chazan (quem conduz) canta o Kol Nidrei três vezes.
Uma Amidá (reza de pé) especial de Yom Kippur inclui a confissão Al-Chet de nossos diversos pecados. - Shacharit (reza da manhã): O serviço de Yizkor – para pessoas de amada memória – é recitado após da leitura da Torá matinal.
O extenso serviço de Mussaf nos conta o rito que acontecia no Templo Sagrado em Jerusalém. - Minchá (reza da tarde): Lemos o Livro de Jonas, a estória bíblica de um profeta que tentou “fugir de Deus” e acabou engolido, ficando no interior de um peixe gigantesco.
- Neilá: Diferente de um dia da semana, quando rezamos 3 vezes, do no Shabat e dias sagrados, quando rezamos quatro vezes, este é o único dia do ano que possui cinco serviços de reza. A reza final, Neilá (“fechando os portões”), é a chance final para garantir que nosso decreto para o ano está “selado” no Livro da Vida. Em seguida, o shofar é tocado, significando que passamos pelos Dias de Julgamento com uma boa sentença.
- Na conclusão de Yom Kippur, a Havdalá é recitada sobre um copo de vinho. Só é feita benção sobre as especiarias se a data cair em Shabat. Porém utilizamos a vela de Havdalá, que deve ser acesa a partir de uma chama que ficou acesa durante o Yom Kippur.
Existe ainda um costume de começar a preparar a Sucá logo assim que termina Yom Kippur. Pois o dia de Sucót acontece depois de 5 dias.
Palavras Finais
Apesar de ser um dia difícil, essa data deve ser vista como uma data muito feliz. É uma incrível oportunidade dada por Deus de reparar os pecados que fizemos durante o que passou.
Que Deus nos abençoe e que possamos aproveitar essa data. Também aprimorar cada vez mais nosso comportamento para os anos seguintes.